Informações: Alexandre Vianna
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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Cuidados com expressões e comportamentos dentro das organizações

Com a chegada da era digital nas organizações, o comportamento profissional tem sido cada vez mais avaliado no que se refere, por exemplo, à postura adequada e bom senso, considerando o quanto uma opinião ou informação divulgada, principalmente na Internet, poderá ou não refletir diretamente na imagem da empresa.

Partindo do processo seletivo, assuntos polêmicos como religião, política e futebol devem ser evitados. É importante ter cuidado com as opiniões expressas, já que podem gerar interpretações duvidosas, ou mesmo causar certo constrangimento. Deixar “piadinhas” ou comentários tendenciosos para ser feito entre amigos é sempre a melhor opção.

“Todos temos nossas posições e preferências e temos o direito de expressá-las. Mas, obviamente, quando as pessoas são radicais e não respeitam a opinião das outras, assuntos polêmicos podem terminar em confusão”, afirmaGabriel França de Carvalho, diretor geral do Grupo Scama de Comunicação. Para ele, os profissionais devem zelar por um ambiente agradável de trabalho, evitando qualquer tipo de conflito.

Respeito e consideração com a empresa em que atua e reconhecimento pelos gestores e colegas de trabalho é sempre um caminho propício para a reciprocidade e o bom relacionamento, mesmo quando não se está dentro do ambiente corporativo, como exigem algumas situações mais informais, por exemplo, o conteúdo de uma página pessoal na internet.

“Hoje, qualquer tipo de ferramenta na internet é uma faca de dois gumes, podendo ser usada em pró ou não da empresa” - afirmaDavi Saramago, Gerente Comercial da construtora incorporadora Pinheiro Pereira - "Muitas empresas são ‘mal’ avaliadas no mercado devido à imagem de seus colaboradores”, explica.


Cuidados com as mídias sociais

Com certeza a internet é o principal meio em que as notícias repercutem de forma rápida e abrangente. Sendo assim, com a chegada das mídias sociais, os cuidados devem ser ainda maiores. Apesar de grande parte das pessoas possuírem suas próprias páginas pessoais sem vinculá-las à empresa onde trabalha, ainda assim ter cautela é sempre recomendado.

“Nós não somos seres de duas cabeças. Tudo o que fazemos em nossas vidas pessoais tem influência em nossas vidas profissionais”, afirma Gabriel. “É muito comum que nossos clientes e parceiros de negócios procurem saber mais sobre nós na internet. E tudo o que falamos e fazemos contribui para a formação da nossa imagem”.

Não são raros os casos conhecidos de mau uso destas ferramentas e os transtornos profissionais por ela causados, muitas vezes em caráter irreversível. Portanto, evitar esse tipo de situação é também um compromisso profissional consigo próprio e com a empresa, a quem compete estabelecer os parâmetros de uma comunicação clara e contínua com seus colaboradores.

“A comunicação entre funcionário e empresa deve ser ampla, frequente e de fácil entendimento”, mencionaScher Soares, presidente do Grupo Empresarial Triunfo. Para ele, a melhor maneira da empresa se prevenir é definir as regras do jogo e estabelecer os limites e a política de consequências.

Trabalho sob pressão: como lidar

Vivemos em um mundo competitivo. As empresas disputam, dia a dia, um lugar ao sol, e a agilidade exigida pelo mercado faz com que os profissionais tenham que atingir metas e objetivos no menor tempo possível.

As organizações trabalham em um cenário de redução de custos, mas, ao mesmo tempo, de aumento de produtividade. As equipes, cada vez mais reduzidas, fazem com que um volume grande de atividades seja destinado a um número reduzido de colaboradores. Estes, talvez, sejam os principais fatores que causam o trabalho sob pressão. “Acredito que o trabalho sob pressão acontece por questões de competitividade, desorganização da empresa e a ansiedade dos profissionais em relação ao tempo de entrega de um projeto, por exemplo”, opinaNelice Bouças, superintendente de Recursos Humanos daNova Rio.

O próprio profissional pode se colocar na posição de trabalhar sob pressão. Muitas vezes a empresa não exige tanto do funcionário, mas ele acaba se cobrando por querer crescimento na organização, evolução na carreira e salários mais altos. “O ser humano sem pressão não produz. Claramente, se a empresa são tiver prazos, processo e rotinas, a tendência é que muitos profissionais percam o foco de suas atividades e se percam”,José Jacques Memran, consultor empresarial daWiabiliza Soluções Empresariais. De acordo com ele, os funcionários de uma companhia não conseguem viver 100% neste ambiente de pressão, porém é necessário estipular metas agressivas para que os objetivos sejam alcançados com eficácia.

A pessoa deve perceber que está trabalhando sob pressão quando as cobranças passam a ser superiores às suas atribuições. O aumento da demanda de trabalho, que transborda na rotina diária, faz com que certas atividades se tornem urgentes sem esta real necessidade. A administração do tempo é fundamental para o sucesso. Às vezes, saber dizer “não” para assumir uma nova tarefa pode ser benéfico para que as ações que já estão em andamento, sejam finalizadas com sucesso.

Por conta da estrutura cada vez mais enxuta das empresas, existe uma jornada de trabalho ou uma série de atividades muito maior do que a capacidade do profissional. A organização é competência essencial e elencar as ações do dia a dia auxilia expressivamente na organização do tempo. “O brasileiro tem a fama de procrastinar suas tarefas, deixa as atividades ‘para mais tarde’ e depois não sabe como administrá-las”, conta Nelice.

Prejuízos

Existe uma linha tênue entre uma cobrança positiva e outra exacerbada. Invariavelmente, onde existe uma situação de exigência muito forte, mesmo que as pessoas sejam bem remuneradas, o índice de “turn over” torna-se alto, o clima organizacional é prejudicado e a organização acaba cultivando profissionais insatisfeitos.

“Manter a calma e neutralidade em situações extremas é praticamente impossível”, opina Jacques. Segundo o consultor, a melhor alternativa é ter a capacidade de absorver a pressão, entender os motivos desta situação e propor soluções para que fique um pouco menor.